Páginas

domingo, 25 de dezembro de 2011

Da dignidade do Cristão com o nascimento de Cristo

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 1 in Nativitate Domini, 1-3:
PL 54, 190-193)

(Séc. V)

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade

Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que nasce a vida; uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa da eternidade.

Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. A causa da alegria é comum a todos, porque nosso Senhor, vencedor do pecado e da morte, não tendo encontrado ninguém isento de culpa, veio libertar a todos. Exulte o justo, porque se aproxima da vitória; rejubile o pecador, porque lhe é oferecido o perdão; reanime-se o pagão, porque é chamado à vida.

Quando chegou a plenitude dos tempos, fixada pelos insondáveis desígnios divinos, o Filho de Deus assumiu a natureza do homem para reconciliá-lo com o seu Criador, de modo que o demônio, autor da morte, fosse vencido pela mesma natureza que antes vencera.

Eis por que, no nascimento do Senhor, os anjos cantam jubilosos: Glória a Deus nas alturas; e anunciam: Paz na terra aos homens de boa vontade (Lc 2,14). Eles vêem a Jerusalém celeste ser formada de todas as nações do mundo. Diante dessa obra inexprimível do amor divino, como não devem alegrar-se os homens, em sua pequenez, quando os anjos, em sua grandeza, assim se rejubilam?

Amados filhos, demos graças a Deus Pai, por seu Filho, no Espírito Santo; pois, na imensa misericórdia com que nos amou, compadeceu-se de nós. E quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo (Ef 2,5) para que fôssemos nele uma nova criação, nova obra de suas mãos.

Despojemo-nos, portanto, do velho homem com seus atos; e tendo sido admitidos a participar do nascimento de Cristo, renunciemos às obras da carne.

Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para a luz e o reino de Deus.

Pelo sacramento do batismo te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço de tua salvação é o sangue de Cristo.


Ricardo Alexandre

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Diálogo entre um pai e um filho de 3 anos:

Diálogo entre um pai e um filho de 3 anos:

- Augusto meu filho: vê o Papai Noel?
-É... ele é fofo, "ropa vermeia" vem no Natal.

- O Nata é do Papai Noel? Augusto...
- "Naaao, é du mininu Jesuis"

- Ah muleque do Pai!

... Loucos, Bêbados e crianças nunca mentem!


Ricardo

sábado, 10 de dezembro de 2011

Miguel

Nomear um ser humano é tarefa das mais difíceis que existem. Especialmente se ele é um filho há muito desejado e querido e, afinal, a nós enviado por absoluta disposição da Providência Divina. 

Um nome, além do natural gosto dos pais, deve significar um chamado, uma vocação futura, uma missão a ser cumprida nesta vida terrena – almejando, ao fim dela, alcançar a vida eterna no Céu.

Depois de muito dialogarmos e rezarmos juntos nessa intenção, pedindo luzes para tomar a decisão, Karen e eu decidimos dar o nome de MIGUEL para o nosso filho, com previsão de nascimento para o fim do mês de abril de 2012. Uma alusão, e homenagem, ao Arcanjo São Miguel, protetor da Igreja de Cristo e defensor da cristandade, especialmente nos tempos que vivemos, como lembrou o Beato Papa João Paulo II, em visita ao Santuário de Monte Gargano, na Itália, em 2001: “ ... eu também vim para venerar e invocar o Arcanjo Miguel para que defenda e proteja a Igreja num momento em que é difícil professar um autêntico testemunho cristão, com compromissos e sem acomodação.”

São Miguel é um dos príncipes do Céu, protetor e guarda da Igreja e padroeiro dos agonizantes: é ele quem conduz as almas dos que deixam este mundo até o trono de Deus para o julgamento definitivo.

E nesta luta diária que é a caminhada cristã, num mundo dilacerado não só pelo pecado original que atinge todos nós, mas também por forças do mal, travestidas de falsas bondades, ideologias e progressos, unamo-nos à oração composta pelo Papa Leão XIII:

“São Miguel Arcanjo, protegei-me no combate, cobri-me com vosso escudo contra os embustes e as ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente pedimos, Príncipe da Milícia Celeste, pelo Divino Poder, precipitai no inferno a Satanás e aos outros espíritos malignos que andam no mundo para a perdição das almas. Amém.”

Que o nosso querido Miguel, desde o ventre materno, receba as graças da Mãe Rainha Vencedora Três Vezes Admirável de Schoenstatt e que o Arcanjo São Miguel o acompanhe sempre e interceda a Deus pelo crescimento espiritual de nosso amado filho.

Max, Karen e Miguel.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

8 de Dezembro - Solenidade da Imaculada Conceição de Maria

Das Meditações de Santo Anselmo, bispo

Oratio 52: PL 158,955-956 sec.XII


Ó Virgem, pela tua benção é abençoada a criação inteira!

O céu e as estrelas, a terra e os rios, o dia e a noite, e

tudo quanto obedece ou serve aos homens, congratulam-se,

ó Senhora, porque a beleza perdida foi por ti de certo modo

ressuscitada e dotada de uma graça nova e inefável. Todas

as coisas pareciam mortas, ao perderem sua dignidade original

que é estar em poder e a serviço dos que louvam a Deus.


Para isto é que foram criadas. Estavam oprimidas e desfiguradas

pelo mau uso que delas faziam os idólatras, para os quais não haviam

sido criadas. Agora, porém, como que ressuscitadas, alegram-se pois

são governadas pelo poder e embelezadas pelo uso dos que louvam a Deus.


Perante esta nova e inestimável graça, todas as coisas

exultam de alegria ao sentirem que Deus, seu Criador, não

apenas as governa invisivelmente lá do alto, mas também

está visivelmente neles, santificando-as com o uso que delas

faz. Tão grandes bens procedem do bendito fruto do sagrado

seio da Virgem Maria.


Pela plenitude da sua graça, aqueles que estavam na

mansão dos mortos alegram-se, agora libertos;e os que

estavam acima do céu rejubila-se renovados. Com efeito,

pelo fim se seu cativeiro, e os anjos se congratulam pela

restauração de sua cidade quase em ruínas.


Ó mulher cheia e mais que cheia de graça, o transbordamento

de tua plenitude faz renascer toda criatura! Ò Virgem bendita e

mais que bendita, pela tua benção é abençoada toda a natureza,

não só as coisas criadas pelo Criador, mas também o Criador pela

criatura!


Deus deu a Maria o seu próprio Filho único, gerado de

seu coração, igual a si, a quem amava como si mesmo. No

seio de Maria, formou seu filho, não outro qualquer, mas o

mesmo, para que, por natureza, fosse realmente um só e o

mesmo Filho de Deus e de Maria! Toda a criação é obra de

Deus, e Deus nasceu de Maria. Deus criou todas as coisas ,

e Maria deu à luz Deus! Deus que tudo fez, formou-se a si

próprio no seio de Maria. E deste modo refez tudo o que

tinha feito. Ele que pode fazer tudo do nada, não quis refazer

sem Maria o que fora profanado.


Por conseguinte, Deus é o pai das coisas criadas, e Maria

a mãe das coisas recriadas. Deus é o Pai da CRIAÇÃO UNIVERSAL,

E Maria a mãe da redenção universal. Pois Deus gerou aquele

por quem tudo foi feito, e Maria deu à luz aquele por quem

tudo foi salvo. Deus gerou aquele sem o qual nada absolutamente

existe, e Maria deu à luz aquele sem o qual nada absolutamente é bom.


Verdadeiramente o Senhor é contigo, pois quis que toda

a natureza reconheça que deve a ti, juntamente com ele, tão

grande benefício.

Ricardo Alexandre