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sábado, 20 de outubro de 2012

O casamento é uma boa notícia para o mundo de hoje

Dom Vincenzo Paglia

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 16 de outubro de 2012 (ZENIT.org) - Apresentamos a seguir a intervenção de dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, durante a Décima Primeira Congregação Geral do Sínodo dos Bispos, em 15 de outubro de 2012.

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O Santo Padre, na homilia inicial, nos disse: "O matrimônio constitui em si mesmo um evangelho, uma boa nova para o mundo de hoje", porque ele "é baseado na graça que vem do Deus Uno e Trino".

A união entre o homem e a mulher fala poderosamente de Deus. Ela é uma boa notícia porque responde à necessidade radical de família, inscrita desde as origens nas profundezas do homem e da mulher. Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só. Façamos-lhe uma companheira semelhante a ele" (Gn 2, 18).

O homem não é nada por si mesmo: tudo entra no jogo da interdependência. No entanto, muito da história ocidental foi concebido como libertação de todo vínculo, até mesmo dos vínculos de família. A deflagração da família aparece como o problema número um da sociedade contemporânea, embora poucos percebam isto. Não é o caso da Igreja, verdadeiramente "perita em humanidade", como disse Paulo VI. Não podemos ficarem silêncio. Eisto não por sermos conservadores ou defensores de uma instituição fora de moda. O que está em jogo é nada menos que a estabilidade da sociedade.

 É claro que é urgente, muito urgente, pôr em marcha uma reflexão cultural mais cuidadosa, para que a família conquiste o centro da política, da economia, da cultura, e uma estratégia mais solícita para defender os seus direitos nos âmbitos nacionais e internacionais.

Deve-se enfatizar também outro aspecto. Embora minoritárias, existem inúmeras famílias cristãs que vivem, às vezes heroicamente, a lealdade e o compromisso do casamento e da família. Esta luz extraordinária de amor deve ser colocada sobre o candeeiro, para iluminar e aquecer o nosso mundo, que está tão triste e apagado.

A Igreja tem que se tornar cada vez mais a família das famílias, inclusive das famílias feridas, vivendo um movimento recíproco de dar e receber. Abre-se assim o amplo espaço da família como sujeito da evangelização. João Paulo II afirmava: "O futuro da evangelização depende em grande parte da Igreja doméstica". A experiência nos diz que a Igreja atrai quando vive realmente de um jeito familiar. E se, em tantos cantos do mundo, nós encontramos infertilidade pastoral, não é precisamente porque nos tornamos mais instituição do que família?

Vivendo a Igreja de maneira familiar e a família como pequena igreja, ou seja, vivendo o desafio de uma Igreja de comunhão, como foi pedido pelo Concílio Vaticano II, nós experimentaremos, também hoje, a alegria da primeira comunidade cristã, quando "o Senhor acrescentava à comunidade aqueles que iam sendo salvos" (Atos 2,47).

(Trad.ZENIT)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

As Famílias numerosas são as mais felizes

Falando no Sínodo, o Superior Geral dos Padres de Schöenstatt, desejou uma reavaliação da catequese matrimonial


Pelo rev. Pe. Heinrich Walter


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 15 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – Publicamos a seguir a intervenção do Pe Heinrich Walter, Superior Geral dos Padres de Schöenstatt, na décima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos (13 de Outubro 2012).

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Se pensarmos a longo prazo, a Igreja no mundo ocidental não tem futuro sem uma renovação da família. Quem tem filhos tem futuro. Os pais com muitos filhos aparecem nas estatísticas como as pessoas mais felizes da sociedade.

O matrimônio e a família devem ser reconhecidos hoje como uma vocação. É aqui que acontece a evangelização. Os fieis seguem, indo contra a corrente da sociedade, o caminho do seguimento de Cristo. Por este motivo, devem receber todo o apoio possível na preparação do matrimônio.

O Sacramento do Matrimônio é muito valioso. O fracasso do matrimônio tem muitas vezes consequências trágicas. Devemos perguntar-nos claramente quais são as condições em que se realiza este Sacramento.

Aqui se precisa fazer uma adequada distinção pelo bem da família. A família permanece o fundamento para a aprendizagem da fé. A família compreende a própria casa como casa de Deus. Os filhos percorrem com os pais um longo caminho na aprendizagem da fé.

A vitalidade de uma comunidade está ligada a estes lares cristãos. As famílias são não só um lugar privilegiado de evangelização, mas, como leigos, são também agentes de evangelização. Na América do Sul conheci o projeto das missões familiares.

Algumas famílias se reúnem e durante as férias vão por uma semana à uma comunidade. Aqui vivem em condições muito simples, e, como família, vão de casa em casa para dar testemunho da sua fé. Assim são evangelizadas cidades e bairros. É um sinal de esperança ver estas famílias que testemunham em público a sua vocação.